Guri e Baleinha – projetos interdisciplinares

VAMOS VIAJAR COM NOSSO GURI CHEIO DE ARTE?

– Literatura – Ciências – Biologia – Fauna – Flora – Artes – Ecologia – Geografia –
– Sociologia – História – Língua Portuguesa – Oceanografia – Redação – Etc. –

ATIVIDADES PEDAGÓGICAS
Projetos interdisciplinares

“Certos conceitos científicos mantêm a vitalidade porque se recusam ao fechamento disciplinar. […] A constituição de um objeto e de um projeto, ao mesmo tempo interdisciplinar e transdisciplinar, é que permite o intercâmbio, a cooperação, a policompetência.” (Edgar Morin, A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento, 21ª ed., Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2014, p. 109-110).

O Guri cheio de arte e a Baleinha Jubarte, de Rauer, é um poema narrativo cujos enredo, personagens e cenário mobilizam um conjunto de conhecimentos os mais variados, tornados poesia, amorosidade e diálogo na apreensão e transmutação do real.

Este complemento pedagógico se destina a estimular, nas áreas delimitadas, a elaboração de projetos poli-inter-transdisciplinares de trabalho em sala de aula.

O filósofo Aristóteles, há 2.500 anos, definiu que a poesia trata de um real possível, ainda que não verdadeiro. De lá aos nossos dias, a literatura se constituiu em espaço de utopia, de imaginação, de reflexão, de manifestação a mais alta, completa e complexa do humano, contendo em si um amálgama de saberes que coalesce do mito às ciências, do religioso ao empírico, do micro ao macro.

Em nossos dias, diante do alvorecer de um novo tempo que tarda, a leitura literária é a melhor ferramenta pedagógica disponível, desde que sem instrumentalizá-la e operacionalizá-la como objeto, mas mantendo-a pulsante, selvagem, em toda a explosão de sua força vital.

O que temos a seguir são apontamentos, indicações, sugestões, pontos de partida.

Quer dialogar conosco, com Rauer, o autor, e com nossa equipe da Ler-Brincar-Criar?

Escreva-nos: “Edições Saruê” <oi.sarue@saruê.com>.

Profa. Dra. Nima Spigolon
Faculdade de Educação da Unicamp
Curadora das Edições Saruê

  1. O poema narrativo tem uma longa história. Os primeiros mitos surgiram de narradores orais em torno de fogueiras. Em movimento mnemônico, essas primeiras narrativas foram reelaboradas a cada nova geração com ritmo, rimas, aliterações e outros elementos facilitadores da reprodução por novos aedos. Essa é uma história linda, fascinante, que envolve antropologia, história, geografia, biologia. Vamos pesquisar sobre a ancestralidade humana e o nascimento da literatura?

 

  1. No jogo, a Baleinha enfrenta diversos obstáculos; no poema, surge somente o Minhocão, chamado de “monstrão”. Vamos conhecer esses elementos todos que são mencionados? O que é camalote? Como vivem a onça, o lobo-guará, o tuiuiú? Como vivem os ribeirinhos? O que são essas barcaças imensas que percorrem o rio? E esses turistas, vieram de onde? Existe esse Minhocão? Como ele é, de onde surgiu, o que ele faz? Vamos descobrir as belezas da fauna, da flora, dos rios e dos homens que vivem no Pantanal?

 

  1. Alguns substantivos comuns são grafados com inicial maiúscula, no livro. A princípio, as regras da Língua Portuguesa definem que deveriam estar em minúsculas. Por que elas estão assim no livro? Um escritor deve obedecer a todas as regras ou pode adaptá-las? Por que eles fazem isso? Vamos procurar, ler e mostrar aos colegas escritores que escreveram com essa liberdade?

 

  1. O Rio Paraguai nasce no Brasil nas fímbrias da Floresta Amazônica, constitui o eixo central da região do Pantanal e do Chaco (a nomeação do Pantanal na Bolívia e no Paraguai), sendo um dos mais extensos biomas brasileiros, e um dos mais frágeis. Os percursos da Baleinha Jubarte, no poema e no tabuleiro, são verossímeis ou há, na poesia e/ou no tabuleiro, liberdades “poéticas”? Vamos falar de representação literária, de construção de mapas, de símbolos nas artes (nos objetos artísticos) que referenciam a concretude natural?

 

  1. O Guri cheio de arte e a Baleinha Jubarte já, desde o título indicia um ritmo frásico, assonâncias e rimas, apresentando os dois protagonistas do enredo. Que tal falarmos de gêneros e subgêneros poéticos, os artifícios da contagem de sílabas (ou, em outra clave, de pés poéticos), e no modo como eles surgem, entrelaçados com a época em que se desenvolvem?

 

  1. O coração geográfico do Pantanal, cenário do livro, foi nomeado pelos espanhóis, os primeiros europeus a chegarem à região, de Mar de Xarayes. É onde hoje se localiza – no estado de Mato Grosso do Sul – o município e a cidade de Corumbá, na divisa do Brasil com a Bolívia, não sendo distante da fronteira com o Paraguai. Há tribos indígenas ali radicadas, no Brasil; a Bolívia se apresenta como Estado Plurinacional, considerando os povos originários; e o Guarani é a língua materna de boa parte dos paraguaios. Desse modo, o português e o castelhano predominam, mas há muitos influxos de costumes e, principalmente, linguísticos. Vamos falar – do modo adequado ao perfil da turma – de sociolinguística, de intercâmbio linguístico, de migrações?

 

  1. As possibilidades de representação de um texto literário, em outras artes, são sempre muitas. Neste O Guri cheio de arte e a Baleinha Jubarte temos muitas opções: vídeos, desenhos, HQ, maquetes, esculturas, desenho-animado, cards, vídeoclipes, teatralização, declamação etc. Vamos também contar de novo, fazer recontos, criar novas histórias a partir das aventuras do Guri e da Baleinha? Como se conta um conto, você sabe? Vamos soltar a criatividade?

 

  1. No livro, o protagonista humano recebe denominações variadas (piá, menino, guri), utilizadas em diferentes regiões do Brasil. Ele nasceu em Minas Gerais e reside no Pantanal. A Baleinha faz uma longa migração e vivencia problemas típicos dos migrantes (fome, saudade, medo, etc.). Vamos falar desses percursos e dos percursos familiares presentes na turma? Vamos situar percursos e falares, geografia humana e física e histórias individuais?

 

  1. O lar da Baleinha é o oceano; as águas do Atlântico são salgadas e as águas dos rios são sem sal. O lar da Jubartinha também se define por nele estar Mamãe Jubarte. Ela define o mar como lar e como o seu ar. O ciclo da vida e a variedade das formas de vida aí se apresentam. O ciclo das águas, também. Vamos conferir como isso acontece na natureza e como as intervenções humanas na natureza estão modificando profundamente a nossa vida?

 

  1. O alimento que salva a Baleinha vem de uma “Vaquinha”. O poema e as ilustrações não mostram a ordenha. Será que o Guri, arteiro, subiu bem rápido o barranco e fez o movimento correto nas tetas da Vaquinha para o leite sair? Onde estava o bezerro neste momento? Quem é o dono da Vaquinha? O que ela fazia no barranco do rio? Há muitas vaquinhas no Pantanal? Como elas se alimentam quando o Rio vira o Mar de Xaraés? Um livro precisa contar tudo tudinho ou pode selecionar só o mais importante?

TABULEIRO DE JOGO – A última capa do livro se desdobra duas vezes, formando o tabuleiro de jogo “Seja a Baleinha Jubarte”, em que o objetivo dos jogadores é fazer o caminho da Baleinha no Rio Paraguai, encontrar com o Guri, que a alimenta, e retornar para sua mãe, na foz do Rio do Prata. O objetivo do jogo é conhecer aspectos do Rio Paraguai e do Pantanal, e todos os jogadores, ao seu tempo, devem terminar a jornada. O tabuleiro tem 80 centímetros, incluindo as instruções.

Rauer – O autor de O Guri cheio de arte e a Baleinha Jubarte estudou Filosofia (USP), formou-se em Estudos Sociais e em História, em Ituiutaba, MG, sua cidade natal, frequentou o curso de Letras, fez especialização, doutorado e pós-doutorado em Literatura, foi jornalista, publicitário, livreiro, editor e é escritor e professor. Tem cinco filhos e catorze livros publicados.

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Para pedir o livro, escreva para “Pangeia Editorial” <dionysius.pangeia.sarue@gmail.com> ou clique AQUI.

Conheça nosso cenário, o Pantanal

Baleia Jubarte
Mamífero marinho, é um dos maiores seres vivos do planeta.

Barcaça
Tipo de navio para carregar mercadorias; no Pantanal, carrega minério de ferro, da região de Corumbá, com destino a outros países.

Camalotes
Aguapés que se soltam da margem e descem pelo rio.

Corumbá
Um dos maiores municípios do Brasil em extensão, localizado na divisa Oeste de Mato Grosso do Sul, fronteira com a Bolívia. A cidade é parte do centro geográfico do Pantanal, que se estende por Bolívia, Paraguai e pequena porção da Argentina.

Guri
Maneira com que os meninos são chamados em algumas regiões do Brasil; em outras, também são chamados por piá.

Ipê
Árvore nativa em todo o Brasil; há espécies com flores brancas, com flores rosas, com flores amarelas, com flores verdes e com flores roxas.

Lobo-Guará
Foi considerado do gênero Canis, o mesmo do cão domesticado, o que atualmente está em discussão por cientistas, é uma espécie ameaçada da fauna brasileira com a destruição dos biomas por ação humana.

Mar de Xaraés
No coração do Pantanal, no tempo das cheias, a água se espalha por milhares de quilômetros quadrados; os primeiros europeus que chegaram ao local o chamaram de Mar de Xarayés.

Maré
Movimentos das águas dos oceanos que sobem e descem nas costas; ao subirem, criam marolas, as vezes de grande tamanho, em especial na foz dos rios.

Navios
Embarcações que flutuam na água e transportam passageiros ou mercadorias.

Onça Pintada
Maior predador das matas brasileiras; espécie ameaçada com a destruição dos biomas por ação humana.

Piá
Maneira com que as crianças (meninas ou meninos) são chamadas em algumas regiões do Brasil; em algumas regiões, os meninos também são chamados por guri.

Queimadas
O fogo, acidental ou criminoso, devasta de tempos em tempos o Pantanal; têm sido muito frequentes, ultimamente.

Rio Uruguai
Afluente que, ao se juntar aos Rios Paraná e Paraguai, formam o Rio da Prata.

Tuiuiú
Ave símbolo do Pantanal, o pássaro adulto tem mais de dois metros de envergadura.

Turista
Viajante que, a lazer ou a negócios, realiza atividades para conhecer determinado lugar.

Este glossário é meramente indicativo; consulte um dicionário ou uma enciclopédia, de papel ou na internet; solicite ajuda para pesquisar estes e outros termos a um familiar adulto e à professora ou aos professores. Em um caderno, anote todas as palavras novas que conhecer e o significado delas. Vamos toda semana ver entre os colegas quem descobre mais palavras novas e explica o que elas significam?

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No livro O Guri cheio de arte e a Baleinha Jubarte, cada verbete do glossário vem ilustrado com foto.

Para nos contatar, escreva para “Edições Saruê” <oi.sarue@saruê.com>.

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