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Elza Freire & Paulo Freire: Noites de Exílio, Dias de Utopia relata em primeira mão a saga da família Freire no exílio político, de 1964 a 1979. Este livro é a pesquisa de doutorado de Nima Spigolon, defendida em 2014 na Faculdade de Educação da UNICAMP. Estudiosa de Elza Freire desde o mestrado, cursado de 2006 a 2009 também na UNICAMP, Nima Spigolon reuniu documentos primários, coletou centenas de documentos, percorreu cidades em diversos países, seguiu meticulosamente as pegadas dos Freires e construiu uma reflexão original. potente, reveladora.
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O prefácio (p. 11-24) – da socióloga, feminista e professora universitária brasileira Maria Lygia Quartim de Moraes (IFCH / UNICAMP) – anota:
[…] o livro tem uma dimensão enciclopédica, realiza uma pesquisa original e consistente sobre a importância da contribuição politico-pedagógica de Elza Freire, expõe uma documentação interessantíssima não exclusivamente sobre a trajetória da família Freire mas sobre a questão dos exílios de uma maneira mais geral, a partir de sólida documentação e depoimento de exilados e exiladas. Na verdade, o livro fornece material e abre pistas para muitas teses e artigos. É uma enciclopédia de várias entradas para entendermos o Brasil, suas contradições, a saga de centenas de exilados brasileiros e as cicatrizes e as feridas não fechadas do período ditatorial.
Nima Spigolon informa em nota prévia que o livro contém “a descrição, a análise e a interpretação dos percursos de Elza Freire entrelaçados ao de Paulo Freire, seu marido, de forma destacada, e aos de Madalena, Cristina, Fátima, Joaquim e Lutgardes, seus filhos”.
Figura 1 – O casal Elza Freire e Paulo, autoria de Claudius Ceccon. Rio
de Janeiro, Brasil, abril de 2014. Fonte: acervo da pesquisadora
Sumário
Apresentação
Entre as noites das ditaduras e os dias das utopias a esperança permanece viva
Parte I – Cenários de uma época e o espírito de um tempo
Cenários do confronto: Brasil entre 1930 e 1964
– O golpe de 1930: antes e durante 1930-1945
– O golpe de 1964: antes e durante 1945-1964
Cenários a partir do Nordeste: Recife em meados de 1960
Cenários da ditadura: o golpe de 1964
O golpe na alma: considerações sobre os cenários de uma época, o espírito de um tempo e o impacto causado em Elza Freire e na família Freire
Parte II – Percursos do exílio: Américas – a utopia sangra aos golpes das ditaduras
Partidas: entre fugas, clandestinidades e despedidas
Diáspora freiriana: os Freire circulando pelo mundo
– Chile: do governo Frei à família Freire
– 1968: o ano que não terminou e a Pedagogia da convivência continuou
– 1969: o ano que mudou nossas vidas, e as vidas que o exílio mudou nos Estados Unidos da América
O Projeto de Unidade Nacional: Guiné-Bissau e Cabo Verde e as experiências da Educação, em geral, e, particularmente da Educação de Adultos.
– Da Guiné Portuguesa à Guiné-Bissau: gumbé, cabéu, sabi mancarra, junbai
– As ilhas de Cabo Verde: morabeza, morna, batuku, cachupa
– A luta pela libertação, revolução e educação: camarada Elza Freire – considerações iniciais sobre a inserção em África e a construção político-pedagógica em tempos e lugares do exílio
Parte III – Realidades do exílio: dos andes aos alpes a travessia do Atlântico
Europa: a segunda fase do exílio brasileiro
– Suíça: o exílio latino-americano e a família Freire exilada brasileira
– Galinha de cabidela, feijoada, sonho de valsa… um apartamento nordestino, brasileiro, latino-americano, em sua inteireza com certeza
O mosaico partido: realidades, identidades e culturas exiladas
Exílios internos e internacionais: idas, vindas e vidas
Distâncias do retorno: a Europa e o silêncio de Genebra –
Considerações sobre (tantas) realidades do exílio e (quantas) travessias de Elza Freire e a família Freire
Parte IV – Itinerários do exílio: inserções político-pedagógicas em África
África: a luta pela descolonização no entrecruzamento do exílio e da militância em terras estrangeiras
Somos uma só humanidade: os movimentos revolucionários de libertação das colônias portuguesas e os recém-independentes
Palop
Glossário da parte IV (Elaboração da autora)
PARTE V – Fases do exílio e faces da ditadura: (a) ventura de “re-tornar” ao Brasil
Em qualquer lugar, em lugar nenhum: o estigma e o desenraizamento do exílio ante os deslocamentos, as circulações do exilado
Memória e justiça: a luta pelos Direitos Humanos
– Sem lenço e sem documentos: do ‘fica-porte’ ao passaporte
– Com conflitos e com conquistas: gritos de angústia, ecos da anistia
Desarquivando memórias e fortalecendo resistências: ir, ficar, vir sob as impermanências da ditadura
A utopia no horizonte: chegar sim, voltar não
Exílio brasileiro: golpe, ditadura e anistia – Algumas considerações e reflexões a partir dos percursos de Elza Freire durante o período
Américas: utopia e opressão revolucionárias – considerações sobre os percursos do exílio de Elza Freire e a circulação diaspórica da família Freire
PARTE FINAL – As noites da ditadura e os dias de utopia
Aqueles anos naquelas vidas
FONTES PRIMÁRIAS
ACERVOS / ARQUIVOS
DOCUMENTÁRIOS E FILMOGRAFIA
DISCOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
POSFÁCIO
O volume 1 da Coleção, Elza Freire & Paulo Freire: Por Uma Pedagogia da Convivência, 2ª edição, foi lançado no primeiro semestre de 2023 com prefácio de Camila Lima Coimbra (UFF), Projeto Editorial e Nota da Editora por Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS), Posfácio de Betânia de Oliveira Laterza, Orelha de Estefani Araújo e texto da última capa por Angela Biz Antunes e Moacir Gadotti.
O livro, com 392 páginas, teve revisão de Sérgio Labruna e capa e diagramação de Alexandra Abdala. A obra, disponível AQUI, tem origem no Mestrado de Nima Spigolon.
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O volume 2 da Coleção, Elza Freire & Paulo Freire: Noites de Exílio, Dias de Utopia, AQUI, em sua 1ª edição, chegou no Natal de 2023 com 778 páginas em papel pólen natural 80g, no formato 16cm x 23 cm, com prefácio de Maria Lygia Quartim de Moraes (IFCH / UNICAMP), posfácio de Rita de Cássia Fraga Machado (UEA – Universidade do Estado do Amazonas; As Pensadoras), orelha de Rosângela Cristina Gonçalves (SED / SP), e, na última capa, diversas citações, incluindo comentário de Márcia Ferreira dos Santos (UFMT).
Para Nima Spigolon, “descrever percursos, recobrar memórias, investigar processos, é uma forma de impedir governos ditatoriais, é recusar situações sociais de controle, opressão, exclusão e violação de direitos, é fortalecer a sociedade, a liberdade e a vida”.
Assim é este livro: ao demonstrar o papel central de Elza Freire na vida e no pensamento de Paulo Freire, torna-se um hino de defesa da educação, da inclusão, da democracia, da pesquisa que vai às fontes, da reflexão que amplia horizontes, que deixa desafios, que firma compromissos éticos.
TRÍPTICO ELZA FREIRE | LEGADO ELZA FREIRE
O trabalho maiúsculo de Nima Spigolon
em edição primorosa e definitiva
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Spigolon na Pangeia Editorial,
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