O Conto, das teorias às práticas analíticas

O conto na modernidade: da filosofia à composição, livro cuja organização leva a assinatura do Prof. Rauer Ribeiro Rodrigues (GPLV / PPG-Letras / Profletras / CPTL / UFMS), reúne mais de duas dezenas de estudiosos do conto, de diversas instituições do país, que se reuniram em eventos do Grupo de Pesquisa Literatura e Vida, GPLV, na UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, para estudarem e debaterem as teorias do conto, utilizando-as no processo de descrição-análise-interpretação-compreensão de contos paradigmáticos de diversos escritores, brasileiros e de outras nacionalidades. O livro, nas versões ePub e PDF, com descontos de até 80% até 10 de julho, estão disponíveis na loja da Pangeia, AQUI.

Leia abaixo a apresentação do livro, em texto do organizador do volume, Prof. Rauer Ribeiro Rodrigues. Rauer é professor e escritor, e se apresenta como asinus sapiens em travessia; na UFMS, atua na graduação, no PPG-Letras e no PROFLETRAS, do qual foi coordenador até recentemente; publicou em 2021, na Pangeia, a coletânea de contos Ab ácido: estórias, seu 14º livro individual; em 2022, entre outros projetos, vem publicando novas lições da série A ARTE DE ESCREVER, aqui no Blog da Pangeia, muitas delas sobre o conto e as formas mínimas da narrativa (microconto, nanoconto etc.). Outras informações e outros textos do professor estão disponíveis em https://www.academia.edu/37109578/RAUER_RIBEIRO_RODRIGUES, acesso em 16 de setembro de 2021.

 

O CONTO NA MODERNIDADE: DA FILOSOFIA À COMPOSIÇÃO
Rauer Ribeiro Rodrigues

 

Este livro nasceu durante o curso de Teorias do Conto oferecido no PPG-Letras do Câmpus de Três Lagoas da UFMS no primeiro semestre do ano pandêmico de 2021 e teve sua gestação concluída em simpósio sobre o conto que ocorreu em evento on-line do Curso de Letras do Câmpus de Aquidauana da UFMS no segundo semestre de 2021. Reúne professores de diversas instituições do país que se encontraram no curso a outros professores-pesquisadores que participaram do evento. As comunicações apresentadas no evento estão disponíveis em https://seer.ufms.br/index.php/SeLLiAq/, acesso em 16 de setembro de 2021.

A proposta do curso era realizar o estudo das teorias do conto literário moderno com a análise das estratégias literárias de contistas inovadores e emblemáticos da literatura universal, com ênfase nas visões teóricas que surgiram na diacronia dos últimos duzentos anos, considerando que cada momento inovador gerou uma específica poética do conto.

Eis o conteúdo programático que foi desenvolvido:

 

1. Visão geral dos princípios do conto moderno: da “pré- história” do conto ao advento da teoria.

2. Em 1845, um corvo pousa nos umbrais do conto: Edgar Allan Poe (1809-1849) — o conto de enredo, a partir de histórias extraordinárias.

3. O conto é o extraordinário da vida ordinária: Guy de Maupassant (1850-1893) — o enredo de pessoas comuns.

4. Nas cartas de um médico da província, o cotidiano simples narrado como fato corriqueiro: Anton Tchekhov (1860-1904) — surge o conto de atmosfera.

5. A epifania faz, do prosaico, revelação sacra: James Joyce (1882-1941), um exilado das ilhas britânicas — o diálogo torna-se revelador.

6. A diluição do enredo nas impressões subjetivas: uma metropolitana deslocada, Virginia Woolf (1882-1941), e uma inglesa da periferia, Katherine Mansfield (1888-1923) — a atmosfera define o enredo.

7. Um mundo desconfortável e enigmático: Franz Kafka (1883-1924) e o mistério da ficção “em estado visionário” — o enredo, pelo avesso, revela o absurdo da existência.

8. Existe um iceberg a ser desvelado em cada conto: Ernest Hemingway (1898-1961), o homem em ação — linhas subterrâneas produzem revelações.

9. Às margens do rio da Prata, um conto tem duas histórias: Borges (1899-1986), Cortázar (1914-1984) e Piglia (1940- 2017) — o conto torna-se labirinto e ensaio.

10. A mídia eletrônica difunde o microconto: Augusto Monterroso (1921-2003) — a síntese evoca as formas simples e a poesia, e a narrativa é construída no limes da elipse com o silêncio.

11. O período alexandrinista na alvorada do novo milênio.

 

Com a leitura de textos teóricos e ficcionais, as aulas foram construídas em diálogo permanente, atingindo os objetivos de apresentar, discutir e ressignificar para os nossos dias as formulações teóricas e críticas que configuraram o conto moderno na diacronia histórica, tomando por objeto os contos paradigmáticos dos contistas inventores e dos contistas que a crítica e a historiografia consideram os mais representativos de cada proposta estética.

Os estudos reunidos neste livro são, a princípio, mas não obrigatoriamente, os trabalhos finais da disciplina ou os textos apresentados no evento. A partir do diálogo encetado no evento, nas aulas e posteriormente ao curso, todos os artigos foram revistos por seus autores. A escolha do tema, do objeto, do recorte, da metodologia e da proposta de exegese são de cada autor. Importa registrar que as aulas foram on-line. Ao final desta apresentação, consta, retirado do sistema da UFMS, o Plano de Curso, que é registrado antes da abertura da matrícula de cada Curso.

Abre o volume estudo de Maisa Cristina Santos, Mestre em Estudos Literários pelo PPG-Letras/CPTL/UFMS, doutoranda no mesmo Programa com Bolsa Capes, advogada e professora, tendo atuado na ETEC de Ilha Solteira, SP, e, como estagiária, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. O capítulo trata da estética do conto em Edgar Allan Poe na perspectiva de que seria, em parte, uma retomada das considerações de Alexander Pope sobre a relação entre natureza e arte.

Na sequência, Roque Nunes Cunha faz leitura do ficcionista Políbio Alves, para depreender uma “filosofia da composição” da obra do autor paraibano a partir das proposições de Poe no ensaio “A filosofia da composição”, tendo em conta, também, ponderações sobre o conto realizadas por Julio Cortázar e Horacio Quiroga. Roque Nunes Cunha é Mestre em Estudos Literários e professor da Rede Oficial de Ensino de MS.

Assina o terceiro capítulo Zenilda Durci, graduada em bacharelado e licenciada em Letras pela UNESP, instituição na qual fez Mestrado em Estudos Literários. Atua como professora de Língua Portuguesa na rede estadual de ensino de São Paulo, tendo também experiência como professora de Língua Espanhola. Seu capítulo no livro se volta para o estudo do conto “O poço e o pêndulo”, de Poe, a partir do ensaio “A filosofia da composição”, incorporando ao estudo proposições de Gerard Genette e Gaston Bachelard.

Em “‘A filosofia da composição’ e as unidades de efeito no conto ‘Berenice’ (1835), de Edgar Allan Poe”, o professor Paulo Cezar Pardim de Sousa “demonstra efeitos que são marcas dos contos de horror de Poe: beleza, tom de melancolia, clímax, questão do caráter da palavra representada pelo tema ‘morte’ e por fim a extensão que após todo medo e aflição, ao final da leitura, já horrorizado, o leitor se depara com um final surpreendente”. Pardim de Sousa é doutorando no PPG- Letras/CPTL/UFMS, tendo feito mestrado em Educação na UEMS.

Já Paloma Bispo de Angelis estuda o conto “O coração delator”, de Edgar Allan Poe, na perspectiva hipotética da loucura. Paloma Bispo de Angelis possui graduação em Letras pela Universidade de São Paulo (2006), graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2013) e especialização em Educação Especial Inclusiva pela Faculdade de Educação de Nova Andradina (2010). Sua atuação profissional tem se concentrado em Língua Portuguesa, tendo mestrado pelo PROFLETRAS do Câmpus de Três Lagoas da UFMS, quando se voltou para a leitura de poesia no ensino fundamental.

O sexto capítulo é assinado por Giselli Liliani Martins e Rauer Ribeiro Rodrigues. Giselli, que é graduada em Direito e em Letras, defendeu em 2021, com apoio da CAPES, o seu mestrado em Letras na UNEMAT de Sinop. Rauer é licenciado em Estudos Sociais e em História, tendo também frequentado por um semestre e meio um Curso de Letras, cursado Filosofia na USP, defendido doutorado em Estudos Literários na UNESP em 2006 e realizado pós-doutorado na UERJ. O estudo “‘A filosofia da composição’ e o limiar entre o estranho e o fantástico em ‘A queda da casa de Usher’, de Edgar Allan Poe” se vale das proposições de Poe e de considerações de Tzvetan Todorov, Flávio Garcia e Julio Cortázar sobre o insólito na literatura.

No estudo “O espaço como elemento de construção do efeito de sentido nos contos ‘Sombra: uma parábola’ (1835), de Edgar Alan Poe, e ‘A pensão Tellier’ (1881), de Guy de Maupassant, George de Santana Mori faz um paralelo entre o conto do Mestre-Inventor e do maior dos Mestres do modelo de conto de enredo. George de Santana Mori é graduado pela UFMT e Mestre pelo CPTL/UFMS; é pesquisador da área de gêneros e linguagens. Professor de Língua e Literatura, atua, no momento, no Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza.

Por seu lado, Catia Mendes Pereira, doutoranda com Bolsa CAPES no PPG-Letras/CPTL/UFMS, faz estudo comparativo entre Anton Tchekhov e Luiz Vilela no âmbito da zoofilia. Catia é graduada em Letras pela UEMS, licenciada em Português/Inglês e respectivas literaturas. É Especialista em Educação à Distância e mestra em Estudos Literários pela UFMS de Três Lagoas.

O nono capítulo é assinado por Edilva Bandeira, professora da SEE/SP. O estudo trata da memória e do silêncio no conto“Eveline”, de James Joyce, observando a construção da personagem feminina em meio às dificuldades de um cotidiano opressivo. A análise aborda o conceito de epifania presente na narrativa e fundamenta-se na tese de Ricardo Piglia, de que um conto sempre conta duas histórias. Edilva é graduada em Letras (UFMS), Especialista em Língua Portuguesa (UNICAMP), Mestre em Estudos Literários (UFMS) e Doutoranda em Estudos Literários (UFMS).

Também a um conto de Joyce, “Os mortos”, se volta o capítulo assinado por Paulo Sérgio Martins, doutorando do PPG-Letras/CPTL/UFMS, que estuda “as tríadas femininas e a crise do masculino”. Martins busca evidenciar os símbolos e seus significado na evocação dos arquétipos do feminino, do másculo e dos triângulos evocados na narrativa de Joyce. Desse modo, propõe uma leitura feminista do conto “Os mortos”.

Malane Apolonio da Silva, docente substituta do Curso de Letras do Câmpus de Irecê da Universidade do Estado da Bahia e integrante do Grupo de pesquisa ALÁFIA, assina “Do diário: sentindo o casamento na morte em ‘O legado’, de Virginia Woolf”. Em exegese dialógica, a interpretação desvela significados e propõe a hipótese de que “entre a história narrada e o modo como o conto” é construído, desvela-se “uma dupla estrutura, enredo e atmosfera”, com o conto rompendo a dicotomia estrutural sobre a qual o conto moderno (de meados do século XIX a meados do século XX) é edificado. Para confirmar sua proposição, Malane compulsa diversos escritos de Virginia Woolf.

Em “O insólito como metáfora em ‘Canibal’, de Moacyr Scliar”, Marcos Antônio Fernandes dos Santos, doutorando pelo PPG-Letras/UFMS/CPTL, se volta para estudo na clave dos significados construídos em narrativas de cunho fantástico. Marcos Antônio Fernandes dos Santos é professor substituto na Universidade Estadual do Maranhão, ministrando as disciplinas Teoria Literária, Literatura Maranhense e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. É membro do GPLV – Grupo de Pesquisa Literatura e Vida.

O 13º capítulo, “O espaço de segregação e dominação masculina no conto ‘Aramides Florença’, de Conceição Evaristo”, é assinado por Jorlaíne Monteiro Girão de Almeida, Mestra em Letras pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e professora de Língua Portuguesa e Literatura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense. O estudo de Jorlaíne trata de questões fulcrais da obra de Conceição Evaristo, mostrando o modo com que a construção das categorias da narrativa conforma a obra da escritora: “O tema retratado pela autora pertence à atualidade num dado momento em que o número casos de estupro marital e violência doméstica no Brasil são alarmantes e agravados com a pandemia do coronavírus”.

Estéfano Rogério Santana Oliveira, Doutorando em Letras no Programa de Pós-Graduação em Letras, Estudos Literários (Historiografia Literária: recepção e crítica), na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Três Lagoas, orientando da Professora Doutora Kelcilene Grácia Rodrigues, assina o artigo “A respeito do homoerotismo na narrativa curta de Márcio El-Jaick”. Estéfano é Mestre em Letras (Historiografia Literária), na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS e atua como Professor na Rede Estadual de Mato Grosso do Sul.

O estudo seguinte, “Conto ‘Beata Vavá’, de Bernardo Kucinski ­− cenário de medo e denúncia”, é assinado por Fernanda Amélia Leal Borges Duarte, discente do curso de Pós- Graduação em Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (PPG-Letras / CPTL). Graduada em História /Licenciatura pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS/CPTL) e Mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC/GO). Fernanda lançou em 2021, aqui na Pangeia, seu primeiro livro, O pobre de Assis: a representação de uma memória.

Alan Silus, na sequência, assim apresenta seu capítulo, “Paratexto e morte em Nas fronteiras de mato grosso: terra abandonada”: “Na metodologia, nossa abordagem constitui- se em uma forma bibliográfica, visando analisar os paratextos das edições de 1933 e 2011 da obra de Puiggari, bem como a relação do tema da morte em um conto do livro intitulado ‘Noivado Trágico’”. Alan Silus é docente do Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN, e é Mestre e Doutorando em Letras (Estudos Literários) pela UFMS/ CPTL.

Amanda Eliane Lamônica Araújo, professora da SEE/MS, assina o estudo “Uma leitura de ‘Pensar axilas’, de Alciene Ribeiro Leite, sob a luz das teorias do conto”. Doutoranda no PPG- Letras/CPTL/UFMS, Programa no qual também fez seu mestrado, Amanda Lamônica é graduada em Letras na FEOCRUZ/SP e em Pedagogia pela Unifacvest. Possui diversas especializações. É professora do quadro efetivo de Língua Portuguesa, ensino médio da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul e também professora do quadro efetivo de Língua Inglesa, ensino fundamental anos iniciais, da Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas/MS. Lançou em 2021 seu primeiro livro, O Jesus-Homem de Plínio Marcos: representação e teatralidade, aqui na Pangeia.

Eduardo Vasconcelos da Silva, vereador em Ilha Solteira, SP, assina o capítulo “De(s)Morte(s) em ‘A Morte Rubra’, de Edgar Allan Poe, e o contexto pandêmico da Covid-19”. Eduardo toma do livro De(s)Morte(s), de Nima Spigolon, para conceber conceito a partir do qual elabora sua leitura do conto de Poe, em adaptação realizada por Rauer da narrativa original, “A máscara da morte rubra”, realizada já no âmbito da pandemia e inserta na Coleção Nos Tempos da Covid, do selo Dionysius, da Pangeia Editorial, disponível AQUI, no Portal Academia.

O 19º capítulo vem assinado por Bruna Bianca da Silva Campos, pedagoga formada na UNICAMP e professora municipal em Santo André, SP. Bruna Campos estuda, em “As teorias do conto manipuladas por Rauer no conto ‘Quarentena’, do livro brazil 2020”, narrativa de livro que também compõe a Coleção Nos Tempos do Corona, da Dionysius / Pangeia. Para a pesquisadora, o conto perfaz microtextualmente diversas das teorias do conto moderno, sendo paradigmático da práxis intertextual e antropofágica do conto brasileiro do 3º milênio.

Já Karina Torres Machado, professora da SED/SP, mostra, em “‘Arca de Noé’, de Alciene Ribeiro Leite: revisitação e inovação da Teoria do Conto”, o modo pelo qual o conhecimento e leitura dos contistas paradigmáticos conformam o conto escrito em nossos dias. Karina Torres Machado é mestre pelo PROFLETRAS da unidade de Três Lagoas (UFMS/CPTL), e no PPG-Letras/CPTL/UFMS faz seu doutorado, no qual estuda a obra de Alciene.

Na sequência, Willia Katia Oliveira Silva e Costa, escritora, poeta, designer gráfica e editora, nos apresenta “O espelho como personagem no conto ‘Imagem Quase Morta’, de Rauer”. Willia Katia Oliveira, como é mais conhecida, é graduada em Comunicação Social (UNI-BH), História (UNIVEN) e Letras Português (UFLA); tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Governamental (UNI-BH) e Mídias na Educação (UFSJ), e curso de aperfeiçoamento em Letramento Digital para Docência e Educação Científica não Formal (ambos na UFMG). Foi gestora de uma gráfica nos setores de criação/produção e editora de um jornal regional. Trabalhou como professora na rede particular e como efetiva da rede estadual de Minas Gerais, tendo sido diretora de uma escola de ensino fundamental na cidade de Divinópolis, MG.

Encerra o volume o capítulo “Afinidades literárias entre Machado de Assis e Edgar Allan Poe”, no qual o professor Luiz Gonzaga Marchezan (UNESP) lê a forma literária do conto proposta por Edgar Allan Poe seguindo linhas do pensamento teórico de Aristóteles e das proposições literárias de Honoré de Balzac. Além do ensaio “A filosofia da composição”, Marchezan também examina as resenhas que Poe dedicou aos contos de Nathaniel Hawthorne. Como metodologia, o estudo alia a leitura de contos de Poe a contos de Machado de Assis, deslindando as afinidades entre os dois mestres e inventores do conto. Essas reflexões foram desenvolvidas em dois diferentes momentos, ambos na UFMS: na conferência que proferiu no Seminário de Pesquisa do GPLV em Três Lagoas, em 2018, e em palestra no evento do GPLV em Aquidauana agora em 2021.

Nascido de um Curso universitário de pós-graduação, ministrado no primeiro semestre de 2021, sobre as teorias que conformam o conto moderno e se desdobram nas múltiplas formas do conto deste início do 3º milênio, amadurecido em evento sobre o conto ocorrido no segundo semestre de 20212, este livro chega a lume no final do segundo ano da pandemia do Sars-CoV-2 com muitos exemplos, a meu ver, da boa prática da análise literária, aquela que conjuga descrição-análise- interpretação-exegese de tal modo que nosso conhecimento sobre os contos e autores se amplia, e robustos estudos de caráter teórico-historiográfico, que explicitam novidades e trazem novas e instigantes vertentes à compreensão do tema.

Meus agradecimentos a todos que compõem esse volume.

Na sequência, apresento as referências básicas do Curso de Teorias do Conto; essa lista foi registrada no Plano de Curso do PPG-Letras/CPTL/UFMS – com pequenas variações – nos diversos momentos em que a disciplina foi oferecida, de 2007 a 2021.

 

BIBLIOGRAFIA

Aqui não constam os contos paradigmáticos de autores da literatura universal e da literatura brasileira, indicados conforme o conteúdo programático e definidos a partir do interesse e da pesquisa dos acadêmicos que cursam, a cada novo momento, a disciplina. Trata-se de bibliografia incompleta, genérica, pois cada tópico do programa tem uma bibliografia específica.

ANGELIDES, Sophia. A. P. Tchekhov: cartas para uma poética. São Paulo: Edusp, 1995.

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Obs.:
o texto aqui do Blog foi atualizado,
quanto ao que consta no livro,
em 25 de junho de 2022.

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