Os limes de Manoel de Barros na leitura de Luciene Lemos de Campos

A mendiga e o andarilho na poesia de Manoel de Barros, de Luciene Lemos de Campos, é resultado da pesquisa desenvolvida no Mestrado em Estudos Fronteiriços no Câmpus do Pantanal da UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O Câmpus está localizado no coração do Pantanal, na cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, na divisa do Brasil com a Bolívia.

O estudo desenvolveu-se a partir da proposição de que a ideia de fronteira, na poesia de Manoel de Barros, indicia um entrelugar, na coalescência do concreto com a representação. Tal limes delineia caminho que o poeta percorre para construir identidades. A obra de Manoel de Barros ressignifica figuras populares da região fronteiriça de Corumbá: mendigos, trabalhadores, personagens femininas, migrantes, desvalidos, maltrapilhos, trastes, dentre outras.

Luciene Lemos de Campos, que foi professora na SED/MS por mais de três décadas, comenta sobre o ponto de partida das reflexões que faz no livro: “Consideramos que as figuras da mendiga e do andarilho constituem paradigmas e emblemas na poesia de Barros; a mendiga, símbolo da despossuída, e o andarilho, personificado no peregrino, metáfora de perspectiva despojada das coisas da existência”.

A obra A mendiga e o andarilho na poesia de Manoel de Barros mostra, ao retomar, nos diversos livros do poeta, os excluídos da ordem social, o grau de sofisticação das engrenagens do capitalismo avançado que, mais que negar a esses indivíduos a existência civil de cidadão, deles extirpa até mesmo a condição de humanidade. A poesia de Manoel de Barros cifra, nos interstícios da paisagem pantaneira, a realidade econômica, social, política e cultural da cidade de Corumbá e do Brasil, um país na periferia do mundo que se globalizava.

Um livro imprescindível na fortuna crítica da obra de Manoel de Barros.

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Luciene Lemos de Campos possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1988), especialização em Língua Portuguesa (Patrocínio, MG) e Mestrado em Estudos Fronteiriços pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2010). É professora aposentada pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul. Atuou como professora nos Ensino Fundamental e Médio. Ministrou aulas no curso Superior, na UFMS/CPAN, sendo professora substituta de Práticas de Ensino e de Literatura Brasileira. Integrou o Conselho de Cultura de Corumbá. Exerceu a função de Gestora Pedagógica na Coordenadoria Regional de Educação de Corumbá (SED/CRE-3). Atuou na formação de professores da Escola Estadual de Educação Integral (SED-MS). Foi professora finalista da Olimpíada de Língua Portuguesa (2016). Tem publicações acadêmicas sobre formação de leitores, literatura e ensino, literatura brasileira contemporânea, Manoel de Barros, Alciene Ribeiro, Rubem Braga, Luiz Vilela, microconto e literatura regional de Mato Grosso do Sul. Desenvolve oficinas de leitura literária em parceira com escolas públicas. Integra o GPLV – Grupo de Pesquisa Literatura e Vida.

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PUBLICAÇÕES DE LUCIENE LEMOS DE CAMPOS
(sem indicação dos co-autores)

A laicização do peregrino na poesia de Manoel de Barros. In: Congresso Internacional de Estudos Literários e Linguísticos, 2008, Três Lagoas. Identidades: Considerações sobre a experiência. Campo Grande: UFMS, 2008. p. 425-433.

A poesia de Manoel de Barros e a História de Corumbá. Carandá, Corumbá, MS, v. 1, p. 8-32, 16 maio 2009.

A representação da mulher em três poemas de Jorge de Lima. Albuquerque: Revista de História, v. 4, p. 173-190, 2012.

Andorinha e Tuim: um diálogo entre Luiz Vilela e Rubem Braga. Macabéa – Revista Eletrônica do NETLLI, p. 62-73, 14 nov. 2016.

As obras do vestibular 2008 na UFMS. In: IX Semana de Letras, 2008, Corumbá-MS. IX Semana de Letras – Cultura, Pensamento e Natureza, 2008.

“Botões murchos”, de Alciene Ribeiro Leite. Coleção Plaquete. Campinas, SP: Pangeia, 2024. No prelo.

Camalotes, Sarobás e poemas sem pecado: o intertexto das figuras populares na obra de Manoel de Barros. In: Edgar Aparecido da Costa; Giane Aparecida Moura da Silva; Marco Aurélio Machado de Oliveira. (Org.). Despertar para a Fronteira. Campo Grande: UFMS, 2009, v. 1, p. 145-158.

Entre frinchas, a poética do microconto brasileiro. Carandá, v. 4, p. 299-321, 2011.

Entre frinchas, a poética do microconto brasileiro. In: Congresso da Abralic, 2011, Curitiba. XII Congresso internacional Abralic – Centro, centros: ética e estética. Curitiba: Abralic, 2011. v. único. p. 674-681.

Figuras femininas e fronteiras sociais na poética de Manoel de Barros. Estudos Ibero-Americanos, v. 37, p. 354-373, 2011.

Figuras femininas na obra de Manoel de Barros. In: II Seminário Internacional América Platina, 2008, Campo Grande-MS. II Seminário Internacional América Platina – Diálogo regional e dilemas contemporâneos, 2008. p. 59-59.

Fronteiras e identidades na poesia de Manoel de Barros. Antares: Letras e Humanidades, v. 5, p. 191-209, 2011.

Fronteiras e identidades na poesia de Manoel de Barros. In: 3º América Platina – Identidade, Diversidade e as Linguagens do Território Platino, 2010, Campo Grande: UFMS, 2010. v. cd-rom. p. 1-12.

História e Poesia em Manoel de Barros. In: IX Encontro Regional da ANPUH/MS, 2008, Corumbá-MS. As linguagens da Historia e os ofícios do historiador, 2008.

História e Poesia em Manoel de Barros. In: IX Encontro Regional da ANPUH/MS, 2008, Corumbá-MS. IX Encontro Regional da ANPUH/MS – As linguagens da História e o ofício do historiador., 2008. v. CD. p. 8-8.

Identidades conflituosas nos primeiros contos de Luiz Vilela. Literatura e Vida 3 – LUIZ VILELA. Orgs.: Rauer Ribeiro Rodrigues; Eunice Prudenciano de Souza; Ronaldo Vinagre Franjotti. Uberlândia, MG: Pangeia; Três Lagoas, MS: GPLV – Grupo de Pesquisa Literatura e Vida, 2019. p. 124-147.

Migrantes e migrações: entre a história e a literatura. Albuquerque: Revista de História, v. 3, p. 33-49, 2011.

Náusea e má-fé em Rubem Braga e Luiz Vilela. In: Luiz Carlos Santos Simon;Maria Carolina de Godoy; Sonia Aparecida Vido Pascolati. (Org.). Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina, 2013, v. único, p. 291-302.

O poder simbólico em Ierecê a Guaná, de Taunay.. In: 5º Encontro Nacional do Grupo de Estudos de Linguagem – GELCO, 2010, Dourados – MS. Grupo de Estudos de Linguagens do Centro-Oeste – Resumos Comunicações Individuais.. Dourados – MS.: FACALE / UFGD, 2010. p. 15-16.

Perdição, um belo romance. Diário Corumbaense, Corumbá – MS, p. 2-2, 27 dez. 2011.

Personagens e cenários de Corumbá na Poesia de Manoel de Barros. In: Pensando a cidade: Corumbá em perspectiva interdisciplinar.cCampo Grande: Life, 2020.

Poesia e identidade – figuras populares de Corumbá na obra de Manoel de Barros. In: Baú de Barro(s): ensaios sobre a poética de Manoel de Barros. Pontes, 2019.

Poesia e identidade em O espelho, de Joaquim Cardozo. In: II Encontro Tricordiano de Linguística e Literatura, 2012, Três Corações, MG. Caderno de Resumos. Três Corações, MG: Programa de Mestrado em Letras da Universidade Vale do Rio Verde, 2012. p. 17-17.

Reflexões sobre “Botões murchos”, conto do livro Mulher Explícita, de Alciene Ribeiro. Literatura e Vida 2 – Alciene Ribeiro. Orgs.: Rauer Ribeiro Rodrigues; Aurora Cardoso de Quadros; Maisa Barbosa. Uberlândia, MG: Pangeia; Três Lagoas, MS: GPLV – Grupo de Pesquisa Literatura e Vida, 2019. p. 124-151.

Trastes biografáveis na literatura corumbaense. In: VII Semana de Letras, 2007, Aquidauana – Ms. VII Semana de Letras -A linguagem sob múltiplos olhares: perspectivas para o ensino, 2007. p. 20-20.

Uma leitura semiótica do poema “Noções”, de Cecília Meireles. 120 anos de Cecília Meireles. Org.: Ellen dos Santos Oliveira. – Itapiranga, SC: Schreiben, 2021. 440 p. ; e-book e impresso.

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O PREFÁCIO DO LIVRO:

Luciene Lemos de Campos nasceu no coração do Pantanal e, muito antes de Manoel de Barros ser reconhecido, já o lia com seus alunos nas salas de aula do Ensino Fundamental em Corumbá, cidade às margens do Rio Paraguai, com o Pantanal no seu entorno.
Da poesia do ínfimo e do desimportante de Barros, Luciene elege as figuras populares da Corumbá da primeira metade do século XX recriadas no manoelês archaico para estudo. E os vê no limes social, o vasto espaço entre fronteiras intangíveis e movediças.
O denso estudo de Luciene está prenhe de poesia, é escrito em linguagem escorreita, e sua leitura flui similar às suaves águas das vazantes e o lento escoar dos aguapés.
E assim, temos agora, em mãos, um dos mais singulares e importantes estudos sobre Manoel de Barros jamais realizados.

Rauer Ribeiro Rodrigues
Orientou esta pesquisa no Mestrado em
Estudos Fronteiriços no CPAN/UFMS

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