PPG-UFF / CAPES – Literatura em Movimento: Pesquisa e Investigação 13

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Mas de que poder tratamos quando estamos diante de um texto literário? Esses poderes que se encontram atravessados na literatura dizem respeito a seus modos de produção, às suas circulações, aos riscos de sua recepção, a quê, especificamente? Talvez a proposição de Freud anteriormente mencionada aluda ao fato de que a escrita teria a ver com uma capacidade ficcional, própria de uma relação com a ideia de fantasia, um conceito da psicanálise que diz respeito a um modo especial de construção fictícia que criamos para lidar com a dureza da realidade e de um certo regime de verdade que nos circunda.

Por outro lado, que a poesia e, de um modo geral, a literatura sejam um risco, isso já sabemos, desde o caráter perigosamente impressionista que o poeta empreende na República platônica. Quer dizer: a poesia talvez coloque em risco uma organização política sobre certos regimes de verdade, na medida em que, por meio de sua proposição interpretativa do mundo, e dadas as suas possibilidades de possessão, como atesta também o Íon, de Platão. Insistimos: o que pode a literatura? 

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