Luciene discorre sobre “A sabiazinha sonhadora”

Luciene Lemos de Campos, desde sempre, desde criança, traçou seu destino: queria ser professora. Na infância, moradora na região da Nhecolândia, deslocava-se pelas águas do Pantanal até Corumbá, onde estudou e se tornou professora. Sua paixão central era – e continua sendo – a Literatura, “com inicial maiúscula, sempre”, ela afirma. Fez o curso de Letras e diversas pós-graduações, inclusive um mestrado, que deu origem ao livro A Mendiga e o Andarilho na poesia de Manoel de Barros.

Na Literatura, seu apaixonamento se divide, se multiplica em diversas áreas e em diversos autores: para citar somente dois nomes a cada item, na poesia, com Vinícius e Cecília, na crônica, com Rubem Braga e Drummond, na literatura infantojuvenil, com Maria Clara Machado e Marina Colassanti, no conto, com Clarice e Machado, na novela, com Luiz Vilela e Lygia, no romance, com Graciliano e com Rosa.

Ao receber os mais recentes lançamentos da Pangeia, de imediato nos agradeceu, enviando pequena crônica reflexiva instigada pela leitura do infantojuvenil A sabiazinha sonhadora, de Rizera. Abaixo, essa crônica, essas impressões de leitura, na definição que ela dá a suas crônicas sobre livros, e outras informações.

Um voo fora da asa
Luciene Lemos de Campos

Entre anotações e citações de escritores conceituados, ilumino que, sendo leitora de poesia, percebi que não foi nela que encontrei motivos para instigar e tontear as expressões da vida, da escrita.
As narrativas ficcionais, além de incorporarem tensões reais, têm efeito, ao modo do laço de Pacha, de, simultaneamente, prender, libertar ou nos repelir.
Confesso que até aceitar que a Literatura teve (e tem) poderoso efeito e condão em minha vida, tentei ignorar isso por muitos anos.
Não é só o objeto de linguagem, o gênero, a crítica que sentenciou o livro, a teoria, o suporte em que se publicou, os eventos culturais, as revistas de divulgação, os embates com os autores ou as entrevistas. Que nos move à leitura? Eis, a questão!
Talvez seja, antes, este deleite de domingo vazio de sons e vozes ou esta mania de livros soltos pelos cômodos da casa ou aquela preguiça sincera de não lê -los todos de uma vez…
Um dia (domingo ou não), os olhos encontram um livro ou o livro dá um jeito de saltar sobre nós como um canarinho na gardênia em flor ou uma sabiá na roseira.
Assim como este “A Sabiazinha Sonhadora”, de Rizera, publicado pela Pangeia Editora, estendeu- se numa “voadora giratória parafuso”, construiu e desconstruiu sentidos nesta manhã de prosa com Ana Banana – a sabiazinha protagonista – e seu voo sem amarras.

Sobre
Luciene Lemos de Campos
por Rauer

Professora, assim Luciene, desde sempre, se definiu.
Professora de Literatura.
Adiante do seu tempo nas escolhas do que ler com seus alunos.
Pesquisadora desde sempre, desde antes de ir ao Mestrado.
Corumbaense com o ethos formado no coração do Pantanal, em fazenda da Nhecolândia onde nasceu e viveu na infância.
Nas salas de aula, nas quais ingressou, para lecionar, ainda no final da adolescência, viu, no cotidiano, a diferença formativa da literatura.
Além de Manoel de Barros, Vinícius e Cecília Meireles, poetas de sua cabeceira, mergulhou na leitura da escrita feminina.
Lançou em 2024 o livro A mendiga e o andarilho na poesia de Manoel de Barros (ver AQUI), obra singular, seminal, incontornável na fortuna crítica do poeta.
No recesso da aposentadoria, escreve, no momento, crônicas, memórias, aforismos, versos e microcontos.

Evoé, Luciene!

 

 

 

 

 

 

 

 

Esse texto de Rauer sobre a Profa. Luciene
foi publicado na obra Botões
Murchos
(AQUI).

Na chamada desta publicação, a capa do livro A Sabiazinha Sonhadora, com o registro de que o livro alcançou, neste início de 2025, a sua primeira reimpressão. Parabéns, Rizera!

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