Gianni Gomes, a autore de Sobre Lampejos Transgressivos, é uma mulher trans moradora da periferia carioca. É servidora pública, Professora Doutora formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em Literatura Brasileira, é professora do pré-vestibular “PreparaNem”, que visa o ingresso de travestis, transexuais e transgêneres nas universidades públicas. Publicou os livros de poemas Repassado (2017, Subúrbio Editorial) e Desilusões Líquidas (2019, Editora Raiz). Foi selecionada em 2015, com o conto “Añánga peábo”, para participar da coletânea de contos e poesias homoafetivas Um Rio de Cores e publicou o conto “O Voo de Antônio” na Revista Jangada (Colatina, 05/2015). É a atual vencedora (2023) do concurso de contos homoafetivos do Município do Rio de Janeiro Um Rio de Cores, com o conto “A recompensa do guerreiro”. Seu terceiro livro solo, Sobre Lampejos Transgressivos, sai agora em 2023 na Coleção Plaquete, do selo de literatura Edições Dionysius, da Pangeia Editorial.
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O livro de Gianni Gomes tem desenhos de Felipe Cruz Coura e diagramação e montagem de Yueh Fernandes. O projeto editorial do livro, um livro envelope, diferenciado, ecológico, traz quinze poemas de Gianni e um depoimento de Renato Russo. Felipe Cruz é capixaba de nascimento e mineiro por adoção, tem 27 anos e é ilustrador autodidata. Ele e a diagramadora, Yueh, são parceiros na arte e companheiros na vida. Além da capa e das ilustrações do livro de Gianni Gomes, o artista plástico e a designer gráfica também assinam outros trabalhos das Edições Dionysius, das Edições Saruê e da Editora Pangeia. Yueh Fernandes tem 30 anos, é amapaense por nascimento e mineira por adoção; é autora de romances de fantasia e horror; é diagramadora e designer gráfica. Participa das antologias Micros-Beagá e Micros, Uai!, lançamentos da Pangeia Editorial / Edições Dionysius em 2021 e 2023.
ENTREVISTA
Pangeia – Conte-nos, por gentileza, sobre a motivação interior para a escrita e publicação desses poemas…
Gianni – Estou sempre aberta a ser surpreendida. Gosto de encontrar coisas que teria prazer em fazer, mas não tenho pra frente expectativa de encontrar uma coisa específica. Meu desejo é me maravilhar através da arte e tentar maravilhar os outros através dela. Não é pra isso que ela serve? Porque não publicar meus poemas?
Pangeia – Fale-nos um pouco sobre os processos de escrita e sobre a escolha dos pronomes.
Gianni – A escrita para mim não é um projeto; assim, não faz muito sentido pra mim a ideia de projeto, como se eu fosse uma arquiteta construindo um prédio. Tem mais a ver com provocar emoções, e só vivendo você passa a entender o que é sentir. Escrevo o tempo inteiro, uso celular, computador, papel e caneta… Guardo e depois releio. Muita gente pergunta sobre pronomes porque sou uma mulher trans e hoje apenas aceito pronomes femininos. Isso foi um processo, ninguém nasce se entendendo! Com o tempo, o feminino se encaixou em mim, e os neutros acabaram ficando para descrições do meu eu do passado. Isso é confortável pra mim.
Pangeia – O livro se refere a esse processo?
Gianni – Ah!, Sobre lampejos transgressivos é meu coração, pulsante, vivendo. É sobre isso. Antes da minha transição eu estava presa, desaparecendo aos poucos. Viva intensamente quem você é, transgrida! E a vida é assim, acessível e prática. Um pequeno volume, uma pequena transgressão que se pretende imensa, do tamanho do mundo.
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